Capitulo
Capítulo 47
Valéria esforçou–se para manter a calma.
Desde que voltou ao país, Jorge enviava mensalmente um milhão para o sustento dela e da filha, nunca menos.
Quando Samara adoeceu, Jorge cobriu todas as despesas médicas e outros gastos diversos.
Para ele, um milhão não era nada difícil.
“É melhor você não tentar nada!”
Henrique lançou um olhar de advertência para Valéria.
Antes que Jorge se aproximasse, Henrique rapidamente se afastou, desaparecendo na esquina.
“Está com algum problema?”
Jorge olhou na direção em que Henrique havia desaparecido.
“Não, era apenas alguém pedindo informações.”
Valéria respondeu com serenidade.
Jorge não fez mais perguntas, e os dois saíram juntos do hospital.
Jardim das Acer
Naiara dormiu o dia inteiro.
Quando acordou, já era fim de tarde.
Um dia sem comer, estava faminta.
Levantou–se da cama, trocou de roupa e desceu para uma lanchonete do outro lado da rua, onde pediu uma grande tigela de sopa de frango.
Ela saboreou lentamente, sentindo o calor voltar ao corpo.
Depois de pagar, Naiara começou a caminhar de volta para casa.
Ao chegar no condomínio, o céu já estava completamente escuro.
O Jardim das Acer tinha uma localização privilegiada, mas o condomínio era antigo, com poucas lâmpadas funcionando e sem manutenção por parte da administração.
Ao passar por um trecho sem iluminação, Naiara ouviu passos atrás dela.
Após a experiência de ter sido puxada para um beco, sua vigilância aumentou consideravelmente.
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Capitulo 47
Ela discretamente colocou a mão dentro da bolsa, segurando uma faca de frutas para defesa, e rapidamente se virou.
Não havia ninguém atrás dela.
Naiara soltou um suspiro aliviado, mas manteve–se alerta.
Virou–se e continuou andando.
Assim que recomeçou a andar, os passos ressurgiram.
Um arrepio percorreu sua espinha, mas ela não olhou para trás, apenas acelerou o passo.
Quanto mais rápido ela andava, mais rápidos os passos atrás dela ficavam.
O coração de Naiara disparou, e ela correu até o prédio onde morava o mais rápido possível.
Passou o cartão na entrada e entrou.
Ao fechar a porta, olhou para trás novamente.
Não havia ninguém do lado de fora da porta de vidro.
Seria apenas uma ilusão causada por sua imaginação?
Naiara não parou para pensar e apressou–se em direção ao elevador.
Entrou e só relaxou quando as portas se fecharam.
O velho elevador era lento.
Demorou um pouco até chegar ao andar dela.
Quando as portas se abriram, Naiara saiu rapidamente.
Caminhou até a porta de seu apartamento, pegou a chave e a inseriu na fechadura.
Ao entrar e tentar fechar a porta, uma grande mão de repente a segurou.
Um rosto desconhecido invadiu sua visão.
“Ah!”
Naiara gritou de susto.
Usou todas as suas forças para tentar fechar a porta, mas o homem era grande e forte.
Com um empurrão, ele a fez recuar vários passos.
O homem entrou sem cerimônia e fechou a porta com um estrondo.
Naiara, cambaleando, imediatamente puxou a faca da bolsa e a apontou para o intruso, olhando–o com desconfiança enquanto gritava: “Saia daqui! Caso contrário, não me responsabilizo pelo que posso fazer!”
O intruso levantou as mãos em sinal de rendição, encostando–se na porta com uma atitude
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insolente, e disse: “Srta. Leite, não fique nervosa, não tenho más intenções. Estou aqui porque quero discutir um assunto que acredito que você achará interessante, sobre a morte da sua
filha.”
